Presidente de Cuba promete julgamento justo a presos em protestos
Miguel Díaz-Canel atribuiu escassez de alimentos e medicamentos em Cuba ao embargo imposto por EUA
SBT News
Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba, disse que as pessoas presas nos protestos contra o governo, no último domingo (18.jul), terão direito a julgamento correto.
Durante discurso na emissora de televisão estatal, o presidente afirmou que durante as manifestações atos que violam a Constituição foram cometidos e, portanto, justificaram a ação policial. Admitiu, no entanto, ser necessário desculpas àqueles que foram "maltratados injustamente".
"Sem a resposta das forças da lei e da ordem, a violência teria prevalecido", justificou Díaz-Canel, que convocou apoiadores a confrontarem os manifestantes. "A população tem direito a defender os preceitos constitucionais. Nossa sociedade não conhece o ódio", argumentou.
Não há números oficiais de detidos, entretanto organizações e listas internacionais que circulam nas redes sociais apontam centenas. Também circulam vídeos na internet mostrando violência policial e para-policial durante os protestos, o governo nega que houve repressão contra manifestantes.
Díaz-Canel dividiu os participantes do protesto nas cotegorias "anexadores que participam de um plano estrangeiro e pensam nos desígnios do império", "delinquentes", "pessoas legitimamente insatisfeitas que se confundiram" e "jovens".
O líder cubano atribuiu, mais uma vez, os problemas de escassez de alimentos e medicamentos no país ao embargo imposto pelos Estados Unidos e reclamou de uma possível intensificação de sanções.
"O bloqueio excede tudo o que queremos fazer e que às vezes causa sentimentos de insatisfação e prejudica a esperança e as aspirações de nosso povo", encerrou Díaz-Canel. No pronunciamento estavam também o primeiro-ministro, Manuel Marrero, e o ministro da Economia, Alejandro Gil.