Senado cria Comissão para investigar desaparecimentos no Amazonas
Buscas por jornalista inglês e indigenista brasileiro chegam ao 10º dia

Camila Stucaluc
O Plenário do Senado Federal aprovou, na noite de 2ª feira (13.jun), a criação de uma comissão externa temporária para investigar o desaparecimento do jornalista Dom Philips, correspondente do jornal britânico The Guardian, e do indigenista Bruno Araújo Pereira, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai).
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Criada por meio de requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a comissão atuará durante 60 dias e será composta por nove membros titulares. Na justificativa, o parlamentar argumentou que "o caso não pode ser tratado com indiferença, sendo necessário o envio de todos os recursos possíveis para que o caso tenha uma rápida solução".
Ele ressaltou ainda que a necessidade de apuração do caso se dá diante dos recorrentes ataques aos defensores da preservação e do desenvolvimento sustentável na Amazônia. "Além disso, é uma forma de apurar omissões governamentais na proteção de ativistas ambientais e o estímulo a ataques àqueles que atuam em prol da preservação da floresta", avaliou.
Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira desapareceram durante o trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. Ambos se deslocavam pela região com o objetivo de fazer entrevistas com indígenas, segundo comunicado divulgado pela Organização Indígena União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
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No último fim de semana, a Polícia Federal confirmou que o material encontrado durante as operações de buscas pertencia à dupla desaparecida. De acordo com nota enviada pela corporação, foram encontrados um cartão de saúde, uma calça, um chinelo e um par de botas pertencentes a Araújo; e um par de botas e uma mochila com roupas de Dom Phillips.